Causas e Consequências

  *Causas:

– Pedro II destituiu o Presidente da Província, Antônio Chichorro da Gama (1845-1848) que representava os liberais….Chichorro havia combatido o poder da aristocracia latifundiária e mercantil, ligados ao Partido Conservador… e é justamente um conservador que Pedro II coloca no lugar de Chichorro.

– Insatisfação com a política imperial bastante centralizadora, conservadora, autoritária….ficava insuportável para a elite oposicionista local não existir maiores liberdades democráticas.

– Declínio da economia açucareira: Pernambuco atravessava dias difíceis com o preço do açúcar em baixa…

– Desemprego: muitos pernambucanos queriam trabalhar no comércio do Recife, mas não podiam pois os comerciantes, em sua maioria portugueses, só empregavam seus parentes vindos de Lisboa….

*Consequências:

 Iniciou-se a segunda fase do Segundo Reinado, um período de tranquilidade política, fruto do Parlamentarismo e da Política de Conciliação implantados por D. Pedro II, e da prosperidade trazida pelo café.

É importante lembrar que, apesar de a revolução ter sido liderada por liberais, ela ainda não tinha caráter essencialmente republicano: apenas alguns de seus participantes apoiavam a proclamação da República.

Muitos dos revoltosos foram presos por que outros desses, traíram o movimento. A rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no começo de 1850. Muitos revoltosos foram mortos durante os combates com as forças oficiais. Os líderes e demais participantes foram presos e julgados, embora tenham sido anistiados no ano seguinte.

A história da questão Christie

 A questão Christie

O principal incidente diplomático ocorrido durante o Segundo Reinado foi com a Inglaterra, este incidente ficou conhecido como Questão Christie. A denominação do episódio deriva do embaixador inglês do Brasil, William Christie, que conseguiu transformar dois pequenos incidentes numa grave questão diplomática.

O primeiro incidente foi provocado pelo desaparecimento da carga do navio inglês Prince of walles, naufragado em 1861 nas costas do Rio Grande do Sul. O segundo incidente ocorreu no ano seguinte, no Rio de Janeiro. Três oficiais da marinha inglesa, à paisana e completamente bêbados, promoveram um tumulto no bairro da Tijuca e acabaram sendo detidos e levados ao distrito policial.

William Christie transformou essa simples ocorrência policial em um sério conflito. Exigiu punição do governo brasileiro para os policiais que julgava responsáveis pelo incidente. Não sendo atendido, surpreendeu o Império com ameaças de usar medidas extremas, caso não fossem pagas as 6.500 libras.

Como D. Pedro II se recusou a atender as exigências, Christie apelou para a violência e ordenou ao vice-almirante Warren que bloqueasse o porto do Rio de Janeiro e aprisionasse cinco navios mercantes brasileiros. Isso causou grande indignação popular. Christie então propôs que a questão fosse resolvida por arbitramento.

O árbitro escolhido foi o rei da Bélgica. A decisão do árbitro foi favorável ao Brasil, determinando que a Inglaterra pedisse desculpas oficialmente e devolvesse imediatamente os navios aprisionados. Ocorreu que a Inglaterra não fez nada que foi determinado, então o Império rompeu as relações diplomáticas com a Grã-Bretanha.

No ano seguinte o embaixador inglês,em nome do governo britânico,apresentou um pedido de desculpas sendo reatadas as relações diplomáticas.

 

Parlamentarismo ás avessas

Em 1847 o Brasil se tornou uma monarquia parlamentar e o imperador escolhia o primeiro-ministro, depois que o primeiro-ministro era escolhido ele convocava eleições, como essas eleições eram cheias de fraudes normalmente o partido do primeiro-ministro ganhava, o que mostra que o poder moderador tornava o imperador uma especie de árbitro politico do Brasil.

Assim, quando o imperador nomeava um novo primeiro-ministro, praticamente já estava escolhendo o vencedor das eleições.

Em 1847 o imperador criou o Conselho de Ministros, um órgão que o ajudaria a governar o país, essa medida foi espelhada no modelo de governo da Inglaterra, porém o parlamentarismo no Brasil era invertido, por isso o nome “Parlamentarismo às avessas”.Também nesse ano foi criado o cargo de primeiro-ministro, que seria chefe do ministério, e escolheria os membros da assembleia Geral, portanto o presidente só escolheria o primeiro ministro, que teria poder suficiente para manipular os resultados das eleições a seu favor. Porém o imperador poderia demiti-lo a qualquer momento sem explicar nada a ninguém.

Charge na qual D. Pedro II aparece controlando o “carrossel” político da época.

parlamento

Lucro :

O desenvolvimento tecnológico e a Revolução Industrial, na Europa, foram o estopim que fizeram da borracha natural, até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto muito procurado e valorizado, gerando lucros e dividendos a quem quer que se aventurasse neste comércio.

Desde o início da segunda metade do século XIX, a borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores visionários. A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa. A borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do Norte, alcançando elevado preço. Isto fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos de extração, a fim de tentar também lucrar de alguma forma com esta riqueza.

Como começou ?

Durante os primeiros quatro séculos e meio do descobrimento, como não foram encontradas riquezas de ouro ou minerais preciosos na Amazônia, as populações da hiléia brasileira viviam praticamente em isolamento, porque nem a coroa portuguesa e, posteriormente, nem o império brasileiro conseguiram concretizar ações governamentais que incentivassem o progresso na região. Vivendo do extrativismo vegetal, a economia regional se desenvolveu por ciclos (Drogas do Sertão), acompanhando o interesse do mercado nos diversos recursos naturais da região. Para extração da borracha neste período, acontece uma migração de nordestinos, pricipalmente do Ceará, pois o estado sofria as consequências das secas do final do século XIX.

A chegada dos Imigrantes

 

Os primeiros imigrantes chegaram ao Brasil para trabalhar em sistema de parceria nas lavouras de café.

O café foi o principal produto brasileiro para a exportação, provocando um grande crescimento econômico como nunca havia aparecido no Brasil independente.

Nas Américas, pela ordem, os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil foram os principais países receptores de imigrantes.

Os espanhóis começaram a imigrar para o Brasil em razão dos problemas no país de origem e das possibilidades de trabalho que, bem ou mal, lhes eram oferecidas. Muitos agricultores, proprietários de minifúndios, partiram da Galícia; outros vieram da Andaluzia, onde eram, principalmente, trabalhadores agrícolas.

Dentre os grandes grupos de imigrantes, os espanhóis foram os que mais se concentraram no estado de São Paulo.

A partir de década de 1870 a estrutura econômica brasileira passou por grandes mudanças, que refletiram nas relações sociais e políticas existentes.

A imigração européia colaborou com a urbanização da sociedade brasileira, e junto com o assalariamento da mão-de-obra, levou ao aparecimento de um superficial mercado interno para bens de consumo popular no país que acabou levando ao aparecimento das primerias unidades industriais no Brasil.

Os grupos de imigrantes que vieram para o Brasil foram os espanhóis, italianos, japoneses, judeus , portugueses, sírios, libaneses e alemães.



O que foi ?

O Ciclo da borracha constituiu uma parte importante da história econômica e social do Brasil, estando relacionado com a extração e comercialização da borracha.O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945).O desenvolvimento tecnológico e a  Revolução Industrial, na Europa, foram o estopim que fizeram da borracha natural, até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto muito procurado e valorizado, gerando lucros e dividendos a quem quer que se aventurasse neste comércio.A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa.

O banqueiro-

Com a extinção do tráfico negreiro, a partir da Lei Eusébio de Queirós (1850), os capitais até então empregados no comércio de escravos passaram a ser investidos na industrialização. Aproveitando essa oportunidade, Mauá passou a se dividir entre as atividades de industrial e banqueiro, tendo acumulado fortuna aos quarenta anos de idade.

Entre os investimentos que realizou, além do estaleiro e fundição na Ponta da Areia, destacam-se:

* o projeto de iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro, cuja concessão de exploração obteve por vinte anos. Pelo contrato, o empresário comprometia-se a substituir 21 milhas de lampiões a óleo de baleia por outros, novos, de sua fabricação, erguendo uma fábrica de gás nos limites da cidade. Os investidores só começaram a subscreveram as ações da Companhia de Iluminação a Gás quando os primeiros lampiões, no centro da cidade, foram acessos, surpreendendo a população (25 de março de 1854). Posteriormente, premido por dificuldades financeiras, Mauá cedeu os seus direitos de exploração a uma empresa de capital britânico, mediante 1,2 milhão de Libras esterlinas e de ações no valor de 3.600 contos de réis.

* a organização da Companhia de Navegação do Amazonas (1852), com embarcações a vapor fabricadas no estaleiro da Ponta da Areia. Posteriormente o Império concedeu a liberdade de navegação do rio Amazonas a todas as nações, levando Mauá a desistir do empreendimento, transferindo os seus interesses a uma empresa de capital britânico.

* a construção de um trecho de 14 quilômetros de linha férrea entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil. No dia da inauguração (30 de abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva, posteriormente apelidada de Baroneza (em homenagem à esposa de Mauá), percorreu em 23 minutos o percurso. Na mesma data, em reconhecimento, o empresário recebeu o título de barão de Mauá. Este seria o primeiro trecho de um projeto maior, visando comunicar a região cafeicultora do vale do rio Paraíba e de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro. Em 1873 pela União & Indústria, empreendimento de Mauá ligando Petrópolis (RJ) a Juiz de Fora (MG), a primeira estrada pavimentada no país, chegavam as primeiras cargas de Minas Gerais para a Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil) empreendimento estatal inaugurado em 1858, que oferecia fretes mais baixos. Em 1882, vencidas as dificuldades técnicas da serra, os trilhos chegavam a Petrópolis.

* o estabelecimento de uma companhia de bondes puxados por burros na cidade do Rio de Janeiro, cujo contrato para exploração Mauá adquiriu em 1862, mas cujos direitos, devido a necessidades de caixa, foram cedidos à empresa de capital norte-americano Botanical Garden’s Railroad (1866), que inaugurou a primeira linha de bondes em 1868, organizando uma lucrativa rede de transportes.

* a participação, como acionista, no empreendimento da Recife & São Francisco Railway Company, a segunda do Brasil, em sociedade com capitalistas ingleses e de cafeicultores paulistas, destinada a escoar a safra de açúcar da região.

* participação, como acionista, na Ferrovia Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil), mesmo tendo consciência que, pelo seu traçado, essa rodovia tiraria toda a competitividade da Rio-Petrópolis;

* a participação, como empreendedor, na São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) (empreendimento totalmente custeado por ele, sendo a quinta ferrovia do país, em 16 de fevereiro de 1867.

* o assentamento do cabo submarino, em 1874.

Em 1852, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris e Nova Iorque. No Uruguai, fundou em 1857 o Banco Mauá Y Cia., sendo o primeiro estabelecimento bancário daquele país, inclusive com autorização de emitir papel-moeda, sendo que tal banco abriu filial em Buenos Aires, tendo sido citado por Jules Verne como um dos principais bancos da América do Sul.

O industrial

Em 1839, mandou buscar sua mãe e uma tia que haviam ficado no Sul. Junto com elas veio sua sobrinha, Maria Joaquina Machado, a May, que desposou em 1841 e com quem teve doze filhos.

Uma viagem de negócios que fez à Inglaterra, em busca de recursos (1840), permitiu-lhe conhecer fábricas, fundições de ferro e o mundo dos empreendimentos capitalistas, convencendo-o de que o Brasil deveria trilhar o caminho da industrialização. A Inglaterra fora o cerne da Revolução Industrial, e o Brasil ainda era um país de produção rural. Ao retornar, diante da decretação da chamada tarifa Alves Branco (1844) e da alta dos preços do café no mercado internacional no período, decidiu tornar-se um industrial.

Tendo obtido junto ao governo imperial brasileiro a concessão do fornecimento de tubos de ferro para a canalização do rio Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro (1845), liquidou os interesses da Casa Carruthers e, no ano seguinte, adquiriu uma pequena fundição situada na Ponta da Areia, em Niterói, na então Província do Rio de Janeiro. Imprimindo-lhe nova dinâmica empresarial, transformou-a em um estaleiro de construções navais, dando início à indústria naval brasileira. No ano seguinte, o Estabelecimento de Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia já multiplicara por quatro o seu patrimônio inicial, tornando-se o maior empreendimento industrial do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para iluminação e canos de ferro para águas e gás. Deste complexo saíram mais de setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras utilizadas nas intervenções platinas e as embarcações para o tráfego no rio Amazonas. Em 1849 construi o maior navio mercante até então construído no país, o Serpente, um navio negreiro rápido, encomendado por Manuel Pinto da Fonseca, que depois de realizar uma única viagem de tráfico de escravos à África, foi vendido à Marinha do Brasil e rebatizado Golfinho.

O estaleiro foi destruído por um incêndio em 1857 e reconstruído três anos mais tarde Nos seus onze primeiros anos, ante do incêndio, havia fabricado 72 navios, dentre os a vapor e à vela. Acabou-se de vez quando a lei de 1860 isentou de direitos a entrada de navios construídos fora do país. Isso conduziu a empresa à falência.

Na época, o tráfico de escravos gerava muito dinheiro. Porém, Irineu utilizou os recursos usados para a compra de africanos para financiar suas idéias promissoras

Politica em Decadência-

De idéias políticas de e defensor do abolcicionismo, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões platinas (1850). Contrário à ,Guerra do Paraguai Província do Rio Grande do Sul em diversas legislaturas (1856-1859-1860, 1861-1864, 1864-1866 e 1872-1875, tendo renunciado ao mandato em 1873 para melhor cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária que se iniciara em 1864

Teve influência política no Uruguai desde 1850, quando a pedido do amigo Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai e então Ministro dos Estrangeiros, ajuda financeiramente os liberais sitiados em Montevidéu. Lá suas ações passaram a receber favores ou revezes, de acordo com o domínio de blancos ou colorados.

No Brasil, mesmo eleito pelo Partido Liberal, apoiou o gabinete de seu amigo visconde do Rio Branco (1871-1875).

A combinação das suas idéias, juntamente com o agravamento da instabilidade política da região platina, tornou-o alvo das intrigas dos conservadores. As suas instalações passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e os seus negócios foram abalados pela legislação que reduziu as taxas de importação sobre as importações de máquinas, ferramentas e ferragens (tarifa Silva Ferraz, 1860). Com a falência do Banco Mauá (1875), pediu moratória por três anos, sendo obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros e ainda os seus bens pessoais para liquidar as dívidas.

Doente, minado pelo diabetes, após liquidar as suas dívidas, encerrou um capítulo da sua vida empresarial. Com o pouco que lhe restou e o auxílio de familiares, dedicou-se à corretagem de café até falecer, aos 76 anos de idade, em sua residência na cidade de Petrópolis poucas semanas antes da queda do Império. Foi sepultado no mausoléu de sua família, no cemitério de São Francisco de Paula, no bairro do Catumbi

« Older entries